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Quando o casal Cilene e Eli Werneck adquiriu um terreno em Rio das Flores, onde hoje é o Sítio Werneck, se dispôs a resgatar um tanto da história da família e corrigir rumos. Os WERNECK estão no Brasil há mais de 3 séculos e foi no Vale do Café que seus ancestrais se estabeleceram. Foi numa época anterior ao ciclo do café, onde todas as fazendas exploravam prioritariamente a cana de açúcar. Veio o Ciclo do Café que gerou tanto riquezas como miséria (escravidão) assim como deterioração do meio ambiente. Findo o Ciclo do Café, iniciou-se o ciclo do gado leiteiro, que também nada fez de bom para o meio ambiente. Ao levar para Rio das Flores seu projeto sustentável, o casal Werneck resgatou as origens familiares. Imediatamente iniciou uma recuperação de Mata Atlântica, hoje atingindo mais de 50% da área. Também trouxe o conceito que era estranho no local resgatando a Cachaça como Patrimônio Cultural. Uma cachaça com padrões de qualidade equivalentes aos utilizados na produção dos melhores destilados do mundo. Resgatou o conceito de responsabilidade social, empregando com todos os direitos trabalhistas a população local e tanto quanto possível fazendo as compras localmente, assim injetando dinheiro na economia do município. A própria plantação da cana não carrega em si os defeitos da monocultura tão comum antigamente. Plantaram também milho, feijão, abóbora, abobrinha, mandioca e variadas frutas. O manejo é orgânico, certificado inicialmente pela ABIO e atualmente pelo QIMA IBD. A área de cana ocupa menos de 25% da área da propriedade. A mata ciliar foi totalmente restaurada ao longo de 1km de limites margeando o Rio das Flores. A Destilaria Werneck começou sendo conduzida pelo casal Cilene e Eli Werneck com eles próprios produzindo a cachaça. Estudaram bastante antes de iniciar o negócio e estão continuamente se atualizando. Cilene, artista plástica de formação, é perfeccionista e caprichosa ao extremo. É dela a receita do preparo do fermento. Também é ela que cuida da análise sensorial de todos os lotes de engarrafamento. E o faz com grande rigor. Já Eli, engenheiro, foi responsável pelo projeto e construção da destilaria e, desde o início, é responsável pela preparação de lotes e pelo engarrafamento. Eli colocou sua experiência de engenheiro e executivo de multinacional por mais de 30 anos e desenhou detalhadamente cada fase do processo, criando relatórios de controles. Há planilhas para todas as fases do processo de produção e a rastreabilidade é total. Olhando uma garrafa, pela etiqueta de lote, é possível dizer de que área do canavial saiu a cana e em que dia ou período ela foi cortada e moída. Isso trouxe como consequência ser o primeiro produtor do Estado do Rio de Janeiro a receber a Certificação INMETRO de Qualidade e Sustentabilidade. Ainda hoje em dia, apesar do crescimento do negócio, Cilene e Eli continuam conduzindo todos os processos, com o auxílio de colaboradores de confiança. Cilene e Eli Werneck trabalham para conscientizar o público que beber é questão mais de qualidade que de quantidade. Que uma boa bebida se deve degustar devagar. E que beber deve ser com moderação e com responsabilidade. Entre os produtores, Cilene e Eli trabalham em favor da contínua elevação dos níveis de qualidade. Com muitas premiações, a Werneck acabou chamando a atenção para Rio das Flores, uma pequena cidade ainda pouco conhecida das metrópoles. Assim, incentivou também o turismo e tornou-se um fator de desenvolvimento local. Em agosto de 2017, a Câmara Municipal de Rio das Flores homenageou Cilene e Eli Werneck pelo trabalho feito em benefício da cidade.